após alguns meses (para não utilizar a palavra anos), eis-me aqui.
por acaso.
não um belo ou triste acaso. apenas acaso e fim.
e é estranho (ainda) estar viva depois de tudo. e durante tudo.
quem serão nossas testemunhas quando tudo isso acabar?
quem restará para contar (uma parte d)a história?
a palavra saudade nunca foi tão usada como nos últimos dois meses.
a minha vida inevitável...
... vindo num baque solto do maracatu
segunda-feira, 18 de maio de 2020
quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018
10 anos
Este blog em breve completará 10 anos. Uma decad... ência.
E o que é que eu estou fazendo mesmo da minha vida?
E o que é que eu estou fazendo mesmo da minha vida?
sexta-feira, 9 de dezembro de 2016
2016 não está sendo fácil
Eu tive um insight para um texto, mas, antes, decidi escovar os meus dentes.
Bom, acho que passei a mão no cabelo e, como com os sonhos, esqueci de tudo.
Acontece.
Bom, acho que passei a mão no cabelo e, como com os sonhos, esqueci de tudo.
Acontece.
sexta-feira, 30 de outubro de 2015
Saberes
Você sabe alguns dos meus autores favoritos, filmes favoritos, atores favoritos. Você sabe, sem hesitar, qual a minha música preferida de Led Zeppelin. Você sabe que eu gosto de Tom Zé, Carnaval e Silvio Santos. Sabe o dia do meu aniversário e, consequentemente, é claro, meu signo. Você também sabe que eu adoro João Bidu. Você sabe que vez ou outra eu perco o controle e acabo gritando de entusiasmo. Vez ou outra, não... Sempre. Você sabe que eu gosto de dançar e que eu fico agoniada quando vêm me abraçar quando estou suada. Você provavelmente sabe e lembra com muita nitidez quais os sucos que eu gosto. Você sabe que eu adoro café. Também sabe que eu poderia facilmente me alimentar apenas de milho, batata, leite e chocolate. Você sabe que eu tenho medo da internet e que não simpatizo com a Google. Você também sabe os nomes da maioria dos meus amigos. Você sabe que eu não gosto de falar muito durante filmes. Sabe que eu torço pelo Sport e fico nervosa durante os jogos. Você sabe que eu gosto de cerveja, Sandy e Junior, bem-casado, Recife e... detesto o Natal.
Mas a questão é: você sabe que eu sei que você sabe tudo isso sobre mim?
domingo, 1 de março de 2015
Esperto é quem fica em silêncio. Esperto é você, esperta sou eu. E
fomos buscando as entrelinhas, os entremeios e os entreatos. No silêncio
que sempre te despia, e ainda te despe, eu fui encaixando as peças como
quando faço num quebra-cabeça: testando. Isso encaixa, isso não
encaixa. E você foi abrindo as janelas, depois os cadeados, depois as
fechaduras, e deixou a porta entreaberta, como quem quer, sim, alguma
coisa mas espera o passo do outro. Você tem medo dos (meus) passos
que se aproximam. Fica parado, atrás da porta, acreditando que eu vou
empurrá-la devagar e entrar. Mas eu também paro. E bato três vezes na
porta entreaberta. Já posso ver sua sala, sua varanda e seu corredor. E
você não abre a porta. Agora eu toco a campainha. Você não se move. Eu,
já cansada dos três andares subidos de escada, dou meia volta e desço um
degrau. Dois degraus. Três, quatro, cinco.
O celular vibra na bolsa enquanto faço o caminho inverso - só quando chego em casa é que penso em olhá-lo.
O celular vibra na bolsa enquanto faço o caminho inverso - só quando chego em casa é que penso em olhá-lo.
E lá está você, mais uma vez, me dizendo: Desculpa, é que ainda não tive coragem de arrumar meu quarto.
sexta-feira, 28 de novembro de 2014
quarta-feira, 16 de abril de 2014
Crime organizado: um Estado paralelo?
O processo de globalização exige do Estado-Nação outras formas para a resolução de problemas que ultrapassem as fronteiras nacionais. Nessa sociedade globalizada, ocorre um fator de formação de uma "rede" informacional sustentável por organizações capazes de afetar a economia, política e sistemas de segurança estabelecidos. Quando essas organizações passam a agir criminosamente, são vulgarmente conhecidas como "crime organizado".
Essa rede de criminalidade possui diversos tipos de atuação, como, por exemplo, o tráfico de drogas, biopirataria, extorsão, contrabando de mercadorias e até mesmo contrabando de órgãos humanos. Essa nova modalidade de crime global não é fruto da miséria, mas sim do progresso e do dinheiro, e, principalmente, das trocas entre bandidos da periferia e senhores de bem que pertencem à elite.
Não há organização criminosa que sobreviva sem a participação efetiva do Estado, pois os dois tornaram-se dependentes um do outro, formando entre si uma aliança que fomenta a ação do crime organizado. Este crime organizado é, portanto, um Estado transversal, pois o Estado-Nação intercepta as organizações criminosas e vice-versa.
Para o fim deste elo, é fundamental que haja o trabalho efetivo da educação das novas gerações para a autonomia crítica e a vida participativa consciente do indivíduo. É necessário que o indivíduo exerça a sua função de cidadão para o combate destas organizações.
(Vasculhando a vida, bateu saudade das minhas aulas de redação nos idos de 2007 e dos meus efêmeros 16 anos...)
domingo, 8 de dezembro de 2013
Oblíquos
Eu enlouqueci, tu me enlouqueceste. Porque o Tempo somos nós. E, tarde demais, vimos que enlouquecemos o mundo.
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
Recifictícia
Era Dezembro.
Chovia,
chovia e chovia.
Há muito
tempo Recife não suava desse jeito.
Os
ambulantes vendendo botes na Praça do Derby. Seu Jerônimo nadando contra a corrente
em plena Caxangá e gritando para os 6 cantos do Recife aquilo que o poeta já
previa: o sertão, finalmente, vai virar mar. Recife era, mesmo, a capital do
Mundo.
O título de
Veneza Brasileira já não servia para encher de orgulho o peito do povo. Éramos,
agora, o leste que antes nos banhava: éramos o próprio mar de Atlas. Rios, açudes,
mangues e lagos se confundiam. Onde se banhavam, agora, as capivaras?
A enchente,
ou melhor dizendo, a cheia chegava mansa. E estava vindo. Nem o Alto Treze de
Maio se salvaria. Só aqui para acontecer uma coisa como essa – muitos diziam,
assustados, dentro de suas casas. Era a nossa mania de exclusividade falando
mais alto.
Dona
Nevinha, agarrada ao seu pé de romã, acreditava piamente que seu marido era o
Noé da Nova Era. Comia romãs e guardava as sementes porque queria que a fruta
sagrada fizesse parte do Novo Mundo. Queríamos a todo custo ser a -Gênese- do
mundo.
Até que a
cheia, vindo como chegava, chegou. Carregando escadas, palcos, batentes,
degraus. E nós? Nós – não se sabe. Viramos pombos. E fomos viver na Nova Roma.
Ou, quem sabe, na nova Nova Roma.
A Mauricéia Desvairada.
domingo, 28 de outubro de 2012
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